Quando caminhamos juntos, não tenho tempo nem lugar certo.
Só existe o agora. Só existe o aqui. E é isto!
Pego-te na mão, abraço-te, e beijo-te. Não importa que estejamos a meio da estrada, entre um ponto de partida e outro de chegada.
Só o amor que sentimos conta, só a paixão dita as regras. Os automobilistas esperam, alguns buzinam, e os pedestres passam. E tudo isso deixa de existir naquele momento único em que me perco em ti, na textura dos teus lábios, no sabor suave da tua língua, no doce aroma da tua pele, no som da tua respiração, no calor do teu corpo. E por fim, seguimos caminho, enquanto os pacientes automobilistas assistem pasmados, questionando-se pelos seus momentos de paixão perdidos no tempo, na correria do dia-a-dia, nos deveres, no que sentem ser esperado deles. Talvez... quem sabe... talvez tenhamos inspirado alguém a recuperar este estado de paixão, guardado algures num baú nos confins da memória.
E nós...
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