Wednesday, January 8, 2020

Beijava-te até ao infinito

Beijava-te até ao infinito. 
E na utopia desse desejo, 
fico-me pelo momento finito, 
coleccionando cada momento 
na caderneta que é 
esta minha vida. 

Alma de ti

Mas... quem és que tanto viaja, 
e que tanto partilhas 
com o teu olhar? 

Que alma conténs em ti, 
que inspira assim tamanha leveza e beleza 
por essas terras cheias de sorte? 

De onde vem essa energia 
que deslumbra quem te vê, 
que leva à procura da tua essência? 

Ah... se fosse vento voaria até aí, 
até ti, 
e talvez mais perto pudesse sentir a alma de ti. 

Monday, January 6, 2020

Estarás sempre comigo

Estarás sempre comigo.

No meu olhar, 
para todo o lado onde miro e vejo um reflexo teu.

Na minha pele, 
na memória do aconchego dos nossos corpos um no outro.

Nos aromas que inspiro aqui e ali, 
de tudo o que emanaste em mim.

Na minha boca, 
do doce sabor da tua língua e dos teus lábios pulsantes de desejo.

Nos sons que me rodeiam e me conduzem às tuas palavras de amor, 
à tua respiração colada ao meu peito, 
ao som do teu coração sempre que me encostava a ti, 
ao teu riso melódico, 
ao canto da tua voz distraída da minha atenção.

Nos gestos que me recordam um gesto teu, 
um olhar, um sorriso, à paixão que me dirigias.

Nos sonhos e nas ideias trocadas, 
nas viagens e nos espaços que percorremos juntos e nos espaços que desejámos percorrer de mãos dadas. Nos projectos que traçámos e em tudo o que criámos em conjunto.

Estarás sempre comigo, 
neste compêndio de memórias e sensações interligadas, 
sempre presentes 
desde o primeiro momento que te vi 
até ao dia que partiste.

Thursday, January 2, 2020

Brincavas e dançavas sem complexos nem ideias pré feitas. Mexeste o teu corpo sem tabús, com a liberdade e a inocência de quem acredita num mundo aberto, sem preconceitos nem julgamentos.
Falavas com o corpo das emoções que te passavam na alma. Demonstravas a intensidade dos teus desejos momentâneos, meros devaneios passageiros, paixões que se esvaiem no tempo. Tentavas-me os sentidos e despertavas em mim as mesmas paixões, os mesmos ardores, a passageira embriaguez da luxúria, a doce tentação do prazer pelo que é, sem expectativas, sem planos nem segundas intenções. Senti vontade de te possuir naquele instante. De beber desse teu êxtase momentâneo. De sentir cada vibração do teu corpo. De te agarrar pelos quadris, elevar-te e inspirar ali mesmo os aromas da tua vivacidade. Quis encostar-te à parede até que se fundissem os nossos corpos e mais não se soubesse quem era quem. Virar-te em cima da mesa e possuir-te por trás, enquanto expressavas em gemidos todos os teus desejos. Voltar-te e ver a tua expressão de satisfação até ao clímax orgásmico. Ah... creio existirem na vida poucos prazeres maiores que proporcionar e assistir à volúpia no seu explendor, ao orgásmo do corpo através de todos os seus sentidos, da extroversão última da paixão no seu clímax. Quis-te assim e de muitas outras formas, mas dei um passo atrás. Não era o momento. Não era o tempo certo. Não seríamos nós. Ficou a passagem de um momento que podia ter sido mas não foi.
Falavas de ti com tanto entusiasmo. Perguntei-te por ti, como estavas, genuinamente interessado em saber de ti, dos teus sonhos, dos teus desafios, da tua vida. E respondeste com tanto entusiasmo que me embebedaste os sentidos. Fiquei ali, feito boneco tonto, a beber do teu entusiasmo. Da tua aparentemente inesgotável energia. Tão contagiante, transbordante. E eu tão embevecido. Falaste de coisas que não sei repetir, com o teu único jeito de ser. Não percebi palavras, apenas escutei a melodia da tua voz. Fiquei hipnotizado pelo brilho nos teus olhos, entontecido pelo movimento dos teus braços, e arrebatado pelo sorriso nos teus lábios. No final ficaste parada, observadora, expectante de alguma observação minha. Certamente terias colocado alguma questão. Não sei. Limitei-me a sorrir de felicidade. Olhei-te nos olhos, perdi-me nesse teu olhar uns segundos mais, e agradeci-te por tudo. Acho que ficaste confusa.
A tua expressão pareceu-me de estranheza. Peguei gentilmente na tua mão e disse olhos nos olhos - "Está tudo bem." - pois nesse momento o meu mundo parou, e tudo estava perfeito. Acho que sentiste o mesmo. Olhaste-me de volta com o mesmo sentimento profundo. Sorriste docemente. Tocaste-me com a outra mão. Não precisamos dizer mais nada. Estava tudo dito nos nossos olhares, no nosso mundo ali (re)criado. Aquele universo só nosso, mesmo que por breves e eternos momentos. Tudo estava perfeito.