Tenho vontade de te dizer.
Não é bem vontade. É preciso!
Preciso de te dizer.
Preciso soltar esta emoção que me enche por dentro, que luta por sair sem conseguir. E que empurra, força, numa tentativa vã de sair ao mundo.
Preciso de te dizer.
Esta coisa que cresce em mim, desejosa de vida, de intensidade, por uma razão de ser, precisa sair.
É preciso. É vital.
Se não sair, ainda me rebenta as costelas. E eu fico aqui, desfeito, inútil, um zombie. E esta coisa só precisa sair ao mundo, e correr livre como sempre deveria ter feito.
É a sua natureza, sabes?
Correr livremente.
Não foi feita para ficar contida. Não pode. Presa, cresce como um cancro até se autodestruir. Presa, não floresce, apodrece.
Presa, vira grito ensurdecedor.
É uma imensa emoção contida ao longo dos anos. E dói. Dói fisicamente, e dói na alma. É triste ver assim algo tão livre, tão acorrentada.
Perturba-me, sabes?
Deixei-a acumular-se nos cantos dos meus órgãos até não poder mais. E agora é preciso que saia. É vital que me livre desta pressão, desta dor que me atormenta.
Não tenho outra forma.
Não a consigo viver. Não tenho meios de a soltar aos poucos, como numa panela de pressão em lume intenso.
Preciso de gritar esta avalanche.
Preciso que me ouças. E depois... depois podes partir. Depois podes seguir a tua vida em paz.
E até desejo que o faças.
Em liberdade.
Em construção do teu caminho. Dos teus sonhos. E viveres a tua felicidade.
Mas antes, preciso de ti.
Preciso apenas de uns instantes da tua atenção plena, da tua presença consciente e intencional. Preciso do teu olhar, das tuas mãos, do aconchego do teu abraço.
Preciso que me ajudes.
Preciso que me ajudes a soltar esta emoção, para que ambos possamos seguir, cada um, o seu caminho.
Tenho vontade de te dizer.
Não é bem vontade. É preciso!
Preciso de te dizer que te amo.
Preciso de te dizer adeus...
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