earth fire ice cold love desire betrayal kiss lie truth soul evil angel loyalty paradise false imagination hug illusion deception acceptance universe cell alien presence breadth absence hot sex friendship enemy hide seek show off on black light shine moon sun cloud blues dust bone skin flesh heart wind sea deep shallow river tree stone me you them we he she never end
Sunday, December 1, 2019
Vejo-te sem te ver...
Vejo-te em cada cara com que me cruzo na rua. Vejo-te nas correrias e descobertas do que te é novo. Vejo-te nas brincadeiras e nas birras. Vejo-te nas gargalhadas e no choro de quem não é compreendido. Vejo-te nas teimas e nos carinhos. Vejo-te na recusa irreverente e também na procura daquele lugar seguro. Vejo-te a encontrares o teu caminho, as tuas paixões, os teus devaneios. Vejo-te a cair e vejo-me a tremer de medo, nuns momentos, e vermelho de raiva, noutros. Erro meu, pois só caindo poderás, alguma vez, aprender e crescer. Vejo-te em todo o lado. Vejo-te como não te tive, e vejo-te como se te tivesse. Vejo-te a crescer e a ganhar espaço, a conquistares o teu lugar no mundo, como se isso fosse algo a conquistar - pois já te pertence. Ou pertencia, que aqui não estás. Vejo-te rebelde, e vejo-te dócil. Vejo-te a desbravares o mundo e a derrubares barreiras, e vejo-te a criar raizes e muros à tua volta. Vejo-te crescer uma e outra vez, e imagino como tudo isso seria possível se te tivesse. Não ter-te como coisa minha, mas ter o privilégio de conviver, experimentar e crescer contigo. Ter a tua presença, por pouco tempo que fosse, e proporcionar-te os meios de fazeres o que virias cá fazer, seja algo grandioso ou os mais banais modos de vida, e de tornar real esta minha necessidade incompreensível de ser pai.
No comments:
Post a Comment