Friday, September 19, 2008

Uma vida...

Nunca disse que te amava,
mas lá no fundo sabias,
a verdade era-te clara,
e nada de ti se escondia.

Sabias como dançava ao som da tua voz,
e como saboreava cada peçado de ti,
lentamente, degustando, cheirando,
cada centímetro do teu corpo,
cada pingo da tua vida em mim.

Sentias como vibrava em ti,
e como chorava por mais,
secretamente, sem te o dizer,
e demorava-me no teu corpo,
absorvendo a tua alma,
e sentindo o teu amor.

Sentias o meu pulsar,
o meu desejo contido,
o meu medo de me perder,
no teu jardim florido.

OLhava-te cada momento,
e amava cada teu gesto,
sentia as tuas ideias,
como se fossem só minhas.

Devorava o teu sorriso,
nos teus lábios me perdia,
os teus dedos eram mágicos,
pois o meu corpo ardia.

Admirava o teu humor,
e a tua acesa rebeldia,
e no teu sono profundo,
soavas a minha melodia.

Mas nada se me interpunha,
no meu sentido de estar,
na minha ilha sagrada,
no meu poço de água gelada.

O tempo pregou-me partidas,
adiantou-me os ponteiros,
e uma hora em um segundo,
se passou o tempo contigo.

Só esses momentos contaram,
na minha pérfida vida,
e quando saí de madrugada,
deixando-te ali especada,
esperando um arrependimento,
que nunca se me escapava,
acreditei que era o fim,
de uma bela e única vida,
que nunca mais teria,
por mais infinita vida,
que me fosse oferecida.

Tive uma vida curta,
apenas segundos de vida,
afinal,
só tenho os momentos de ti.

1 comment:

Anonymous said...

...e o porquê de nunca teres dito que amavas?....