Saturday, September 20, 2008

A espera

é daqui que te escrevo
minha ausente alma gémea,
com esta vista plena de mar
e infinitude de horizonte,
num esplendor que a vista
tenta alcançar, e o corpo sentir,
onde o cheiro a maresia se intrusa,
e os cardos me envolvem.

é daqui que te escrevo
minha desconhecida alma gémea,
procurando sentir-te no horizonte
com o olhar de um faról,
deste lugar belo e preparado
para o nosso encontro desejado,
de onde se avistam jardins
e navegadores sem fim,
onde tão calmo se sente o ar
e tão ondulante o mar,
com as aves a chilrear,
com um sol reconfortante,
e as noites de luar.

é neste lugar que te aguardo
para ao meu lado contemplares,
a beleza deste mundo,
a harmonia da natureza,
e imensidão deste universo,
e assim o nosso amor,
será repleto e pleno.

7 comments:

TM said...

E o que será da nossa vida de apenas a vivermos na ausência de alguém?

spritof said...

É uma pergunta dificil de responder.

Viver na ausência de alguém é um vazio, uma tristeza imensa.

No entanto, olhando de outra forma, sinto-me tentado em afirmar que existem outras coisas na vida, que ao longo dela vamos encontrando várias formas de ocupar essa ausência, esse vazio, através das nossas relações de amizade, acima de tudo, e de algumas relações coloridas, como complemento.
E que a vida, assim, será completa.

Mas por outro lado, até que ponto a resposta acima não será um refúgio?

TM said...

Mas é justo que possamos nos refugiar em algo... porque poderá não ser a forma ideal, mas é aquela que vamos usando para sobreviver à solidão...

spritof said...

é justo...mas será suficiente?

TM said...

Não... apenas soluções provisórias....

spritof said...

gostei dessa palavra...provisórias!

Pearl said...

Viver na ausencia de ausencia não é bom, sei do que falo!!

beijo