Saturday, September 6, 2008

Light'n'Dark

Luz, que te sinto o calor,
que matas a escuridão,
que acalentas a dor,
que corrois o pudor.

Por onde lanças as labaredas
do teu esplendor?

Procuro-te, sem te encontrar,
nem sei por onde começar,
Apalpo na escuridão,
Vagueio e tropeço em vão,

Por onde lanças as labaredas
do teu esplendor?

Preciso do teu guia,
Perco-me nesta vida,
Não sei onde estou,
Não sei para onde vou.

Por onde lanças as labaredas
do teu esplendor?

Porque não entras na escuridão?
Porque me abandonas sem perdão?
Ah! Traidora, vilã, maldita,
És a venenosa amanita.

Por onde lanças as labaredas
do teu esplendor?

Estou cançado e sem forças,
Desorientado e sem rumo,
És como camisa-de-forças,
Deixas-me sem prumo!

Por onde lanças as labaredas
do teu esplendor?

Encontra-me, maldita luz,
Acaba-me com esta dor,
À tua alma farei jus,
Fá-lo-ei com grande ardor!

Por onde lanças as labaredas
do teu esplendor?

Porque não entras na escuridão?
Não me vês, corvado no chão?

Luz:
Vejo-te, aqui estou.
Sempre te iluminei,
Sempre te acompanhei,
E sem ti não me vou.

Porque não levantas esse corpo?
Porque não abres esses olhos?
Consigo entrar na escuridão,
Mas sem permissão, não no teu corpo.

3 comments:

TM said...

Em alguns momentos da nossa vida é preciso ter a coragem para caminhar na escuridão.... para desafiar a luz que nos recusa o seu brilho... Demonstrar-lhe que ainda que precisemos dela, somos fortes o suficiente para sobreviver à sua ausência... E depois, a luz há-de voltar...

TM said...

E ainda que não volte, nos já aprendemos a viver sem ela...

najla said...

Esta luz traduz a vida...tal e qual como ela é!