Thursday, January 2, 2020

Falavas de ti com tanto entusiasmo. Perguntei-te por ti, como estavas, genuinamente interessado em saber de ti, dos teus sonhos, dos teus desafios, da tua vida. E respondeste com tanto entusiasmo que me embebedaste os sentidos. Fiquei ali, feito boneco tonto, a beber do teu entusiasmo. Da tua aparentemente inesgotável energia. Tão contagiante, transbordante. E eu tão embevecido. Falaste de coisas que não sei repetir, com o teu único jeito de ser. Não percebi palavras, apenas escutei a melodia da tua voz. Fiquei hipnotizado pelo brilho nos teus olhos, entontecido pelo movimento dos teus braços, e arrebatado pelo sorriso nos teus lábios. No final ficaste parada, observadora, expectante de alguma observação minha. Certamente terias colocado alguma questão. Não sei. Limitei-me a sorrir de felicidade. Olhei-te nos olhos, perdi-me nesse teu olhar uns segundos mais, e agradeci-te por tudo. Acho que ficaste confusa.
A tua expressão pareceu-me de estranheza. Peguei gentilmente na tua mão e disse olhos nos olhos - "Está tudo bem." - pois nesse momento o meu mundo parou, e tudo estava perfeito. Acho que sentiste o mesmo. Olhaste-me de volta com o mesmo sentimento profundo. Sorriste docemente. Tocaste-me com a outra mão. Não precisamos dizer mais nada. Estava tudo dito nos nossos olhares, no nosso mundo ali (re)criado. Aquele universo só nosso, mesmo que por breves e eternos momentos. Tudo estava perfeito.

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