Thursday, January 2, 2020

Brincavas e dançavas sem complexos nem ideias pré feitas. Mexeste o teu corpo sem tabús, com a liberdade e a inocência de quem acredita num mundo aberto, sem preconceitos nem julgamentos.
Falavas com o corpo das emoções que te passavam na alma. Demonstravas a intensidade dos teus desejos momentâneos, meros devaneios passageiros, paixões que se esvaiem no tempo. Tentavas-me os sentidos e despertavas em mim as mesmas paixões, os mesmos ardores, a passageira embriaguez da luxúria, a doce tentação do prazer pelo que é, sem expectativas, sem planos nem segundas intenções. Senti vontade de te possuir naquele instante. De beber desse teu êxtase momentâneo. De sentir cada vibração do teu corpo. De te agarrar pelos quadris, elevar-te e inspirar ali mesmo os aromas da tua vivacidade. Quis encostar-te à parede até que se fundissem os nossos corpos e mais não se soubesse quem era quem. Virar-te em cima da mesa e possuir-te por trás, enquanto expressavas em gemidos todos os teus desejos. Voltar-te e ver a tua expressão de satisfação até ao clímax orgásmico. Ah... creio existirem na vida poucos prazeres maiores que proporcionar e assistir à volúpia no seu explendor, ao orgásmo do corpo através de todos os seus sentidos, da extroversão última da paixão no seu clímax. Quis-te assim e de muitas outras formas, mas dei um passo atrás. Não era o momento. Não era o tempo certo. Não seríamos nós. Ficou a passagem de um momento que podia ter sido mas não foi.

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